Cada vez mais mulheres, por razões já bastante conhecidas, ‘fogem’ do mercado de trabalho tradicional para trilhar uma outra via que as permitam equilibrar carreira e maternidade.
Quando a desigualdade de gênero bate à porta das famílias brasileiras, a grande maioria das mulheres, ao se tornarem mães, passam a fazer parte das estatísticas que se referem à maternidade e à carreira.
Uma pesquisa realizada pelo IBGE, em 2021, aponta que apenas 54,6% das mulheres com filhos pequenos estão empregadas no mercado formal, enquanto o número de homens empregados com filhos pequenos é de 89,2%.
Dados como esse sugerem que, de modo geral, a responsabilidade da criação dos filhos é vista socialmente como uma exclusividade da mãe, e não do pai.
O compartilhamento, de forma mais igualitária, entre homens e mulheres, no que diz respeito aos cuidados com os filhos e afazeres domésticos, é considerado fator importante para que as mulheres conquistem mais autonomia no mercado de trabalho.
A pesquisa confirma que as mulheres dedicam duas vezes mais tempo aos afazeres de casa do que os homens: 21,4 horas contra 11 horas semanais.
Em um mundo ideal, as mulheres não deveriam se preocupar em escolher entre a maternidade ou a carreira
Para a criadora do curso Como ser Assistente Virtual e Head de Produto d’ONM, Camile Just, o dilema em escolher entre a maternidade ou a carreira, há 8 anos, a levou a tomar uma decisão: abandonar o cargo de gerente de loja de varejo em um shopping para buscar um trabalho que lhe permitisse ter mais tempo de qualidade com a primogênita Alice, que na ocasião estava com 10 anos.
Foi quando ela buscou empreender em uma carreira pouco conhecida na época: a de Assistente Virtual.
Inspirada pelo livro ‘Trabalhe 4 horas por semana’, do Timothy Ferris – onde o autor relata sua própria experiência de viajar pelo mundo trabalhando, valorizando mais seu desempenho do que sua presença física em um escritório – Camile foi a fundo para compreender o que era a GIG Economy, e como isso a permitiria usar de suas competências e habilidades adquiridas para criar seu próprio trabalho.
Após perceber, através do seu primeiro empreendimento, que poderia apoiar um número cada vez mais crescente de profissionais a gerarem renda trabalhando em casa, ela criou, em 2017, o curso Como ser Assistente Virtual, que já impactou a vida de cerca de 14 mil pessoas, a grande maioria mulheres, sobretudo as que têm que lidar com o constante desafio de conciliar maternidade e carreira.
Mulheres como Rosangela Felix (37 anos), da cidade de São Paulo/SP, mãe do Pedro (5 anos) e da Maria Helena (2 anos).
Formada em Administração e Pós-graduada em Gestão de Pessoas, Rosangela considera como maior benefício da profissão de Assistente Virtual a possibilidade real de estar mais perto dos filhos enquanto contribui para a renda da família.
Outro aspecto ressaltado por ela é poder acompanhar a rotina e o desenvolvimento deles sem precisar delegar a terceiros:
“Ter com eles, não apenas tempo de qualidade, mas também ter quantidade de tempo, isso não tem preço.”
Em matéria publicada pela revista Exame sobre equidade de gênero no trabalho, os dados de uma pesquisa realizada pela McKinsey, mostrou que 1 em cada 3 mulheres com filhos na fase da primeira infância estavam pensando em dar um “downgrade” em suas carreiras ou pedir demissão.
Mulheres que são mães representam quase metade da força de trabalho no mercado profissional brasileiro – imaginem o tamanho do impacto para as empresas em termos de resultados financeiros que essa decisão pode ter.
Se hoje fizessem a pergunta – se você tivesse que escolher entre o sucesso profissional ou a maternidade, quantos filhos você teria? – à mãe da Alice (que logo completa 18 anos), da Maria Luíza, ou simplesmente Malu (2 anos), e do recém chegado Pedro (9 meses), ela não hesitaria em afirmar que não é preciso postergar a carreira, mesmo sendo mãe de três, para atingir o sucesso profissional.
Isso demonstra que um número cada vez maior de mulheres está recusando limitações, como ter que escolher entre a carreira e a maternidade.
Em vez disso, elas estão refazendo as regras e resignificando o que chamam de sucesso.
Trilhando uma terceira via onde é possível equilibrar carreira, tempo de qualidade com os filhos, flexibilidade e ainda conquistar autonomia financeira.
Porém, em tempos não tão remotos assim, as mulheres, em geral, tinham apenas duas opções: adiar a maternidade para se manterem no mercado de trabalho ou optar por sair dos seus empregos para maternar.
Mas, para Camile, a decisão de novamente ser mãe esbarrou exatamente no fato de ter sua carreira bem consolidada no mercado digital.
O que a fez se sentir segura o suficiente, inclusive no aspecto financeiro, para poder se dedicar à maternidade, podendo conciliar os cuidados com os pequenos Pedro e Malu, sem trazer nenhum prejuízo à sua atividade profissional.
No livro Lean In, em português “Faça Acontecer: Mulheres, trabalho e vontade de liderar” da Sheryl Sandberg, ex-COO do Facebook, aponta que 43% das mulheres altamente qualificadas e com filhos, estão deixando suas carreiras por um período para se dedicarem à maternidade.
As razões dessa “fuga” são bastante conhecidas e, hoje, mais do que nunca, elas estão fugindo da força de trabalho tradicional para ingressar na economia GiG.
Eleita uma das dez mulheres mais poderosas do mundo pela revista Forbes, Sheryl encoraja as mulheres a sonharem alto, assumirem riscos e se lançarem em busca de seus objetivos sem medo.
Dados da pesquisa ‘Mapeando um Ambiente Pró-família nas Organizações’, realizada pela consultoria Filhos no Currículo, em parceria com a Talenses Grupo, expôs que as profissionais que são mães se sentem menos satisfeitas quanto ao acolhimento no ambiente de trabalho, se comparado à satisfação expressa por pais e lideranças.
E, quando questionados sobre qual seria o maior benefício na criação de um ambiente pró-família nas organizações, a maioria das pessoas lideradas apontou a jornada de trabalho flexível em primeiro lugar.
Louise Levandoski (36 anos), moradora de Joinville/SC, trabalha como Assistente Virtual desde 2021 e conhece bem essa realidade.
Com formação superior em Gestão financeira, atuou por 10 anos no mercado corporativo nos setores financeiro e de compras.
Mãe do Matheus (12 anos) e da Maria Helena (5 anos), ela reconhece como benefícios e vantagens da profissão: ter flexibilidade, poder executar as tarefas no conforto da sua casa e não ter limites geográficos para exercer a profissão.
Outras profissionais, como a Letícia Torres (49 anos), mãe do Victor (24 anos) e do Iuri (19 anos), encontrou na carreira de Assistente Virtual outros motivos para se sentir realizada profissionalmente.
Administradora de empresa, e há 3 anos empreendendo, Letícia considera que é preciso se abrir para as novas realidades do mercado de trabalho, e hoje já celebra suas conquistas:
“Das minhas conquistas, considero como uma das maiores a liberdade financeira para que eu pudesse fazer o que mais amo: Viajar! Faço várias viagens por ano porque posso trabalhar de qualquer lugar.”
Outro aspecto positivo da profissão que ela considera é quanto à saúde mental:
”Não me preocupo mais com empregos tóxicos, pois sou eu quem digo o valor do meu serviço e escolho com quem quero trabalhar.”
Sabemos que a realidade do futuro do trabalho, para as profissionais que são mães, vai além do clichê de que as máquinas podem tomar o lugar dos humanos em algumas profissões.
O que de fato existe é o risco das pessoas não serem absorvidas, nesse mercado em constante transformação, pela falta de habilidades essencialmente humanas, como praticar o autoconhecimento, desenvolver a adaptabilidade, ser criativa e ter empatia para escutar. Habilidades essas muito importantes para quem deseja ter sucesso na carreira de Assistente Virtual.
Mulheres como Camile, Rosangela, Louise e Letícia nos mostram como conseguiram trilhar uma terceira via – através do binômio carreira-maternidade – que as levaram à construção de um negócio alinhado aos seus propósitos de vida, e que ao mesmo tempo corresponda às necessidades do mercado atual.
Para isso, elas não precisavam esperar que a ‘profissão do futuro’ lhes proporcionasse viver no presente o que dá mais sentido às suas carreiras, podendo acompanhar de perto o desenvolvimento dos seus filhos, ter flexibilidade e ainda conquistar a autonomia financeira.
Tem também as que valorizam trabalhar em horários que lhes sejam mais convenientes, ou até mesmo de qualquer lugar, conciliando outras paixões, como viajar, sem perder o foco no trabalho.
Possibilidades essas que o trabalho remoto torna possível.
Para essas mulheres, a maternidade vira soma ao invés de subtração.
Você se interessou e quer criar seu próprio trabalho como AV?
Conheça a Formação mais completa do mercado: Clique aqui e saiba mais!
0 comentários